A
Comissão da CEDEAO acaba de saber com grande preocupação o anúncio da tentativa
de golpe de Estado em curso na Guiné-Bissau, perpetrado pelas Forças Armadas.
A
CEDEAO está particularmente consternada pelo momento escolhido para esta
tentativa, que acontece apenas somente há alguns dias depois que uma missão
conjunta da CEDEAO, da União Africana e das Nações Unidas tenha tido um
encontro com a hierarquia militar para prevenir contra qualquer tentativa de
pôr em causa o processo eleitoral em curso. O golpe acontece igualmente num
momento em que a CEDEAO está engajada junto da Guiné-Bissau, nos seus esforços
visando empreender reformas de grande envergadura com vista a assegurar o
desenvolvimento económico e a reconstrução nacional.
A
Comissão da CEDEAO denuncia veementemente esta última incursão de militares na
vida política do país e condena sem reservas este acto irresponsável, que é
revelador de uma manifesta vontade de manter a Guiné-Bissau num estado de
instabilidade. A CEDEAO exige o restabelecimento imediato da ordem
constitucional afim de permitir a prossecução do processo eleitoral em curso
até ao seu término.
Este
ato flagrante de desafio face ao princípio da ‘tolerância zero’ da Comunidade
para a tomada do poder por meios inconstitucionais, tal como inscrito no
Protocolo adicional sobre Democracia e a Boa Governação, não ficará impune
visto que não o cumprindo, os militares fizeram-no deliberadamente e com
conhecimento de causa colocando a Guiné-Bissau fora da lei da Comunidade da
CEDEAO.
A
CEDEAO coloca os autores deste acto repreensível perante suas responsabilidades
no concernente à segurança dos dirigentes políticos, da população, das
instituições e dos bens do país.
A
CEDEAO continua preocupada perante esta situação na Guiné-Bissau e tomará, nos
próximos dias, as medidas decisivas e apropriadas que se impõem face à esta
situação.
Sua
Excelência Désiré Kadré OUEDRAOGO
Presidente
da Comissão da CEDEAO
Sem comentários:
Enviar um comentário