terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

FMI confere nota positiva ao desempenho económico da Guiné-Bissau no ano findo




 A missão do Fundo Monetário Internacional que andou de visita ao país, de 18 ao 24 de Janeiro de ano corrente, considerou de satisfatório o desempenho do Governo durante o exercício económico do ano findo.

Em conferência de imprensa realizada conjuntamente com o Ministro das Finanças Mário José Vaz, no qual se procedeu ao balanço da estada da referida delegação, Paulo Drummond, chefe da comitiva da “Bretton Woods” saudou o reiterado compromisso das autoridades guineenses para com o programa económico ao abrigo do Instrumento de Crédito Ampliado (ECF).

“O desempenho económico foi satisfatório. Dados preliminares até Dezembro do ano passado sugerem que o programa económico do Governo segue boa via. As reformas económicas continuam a avançar nas áreas de gestão das finanças públicas, da dívida e na administração fiscal”, elogiou o chefe da missão o FMI.
Paulo Drummond disse esperar que a complexa unificação do sistema de folha de remuneração do Governo seja ultrapassada nos próximos meses, concluindo assim um longo processo de reforma que irá ajudar o país.

Em revelações à imprensa após um encontro com o Primeiro-ministro, Drummond referiu que,  este ano, e pela primeira vez na historia da Guiné-Bissau, o Orçamento Geral do Estado vai ser financiado com recursos internos.

Este funcionário sénior do FMI deixou a promessa de que aquela instituição irá continuar a desempenhar seu papel de parceiro da Guiné-Bissau, e lembrou que a implementação definitiva do programa ao abrigo do instrumento ECF deverá aumentar a solidez das finanças pública, ajudará a catalisar o indispensável apoio orçamental e deverá também abrir caminho ao crescimento sustentável.

Garantiu que o FMI vai voltar à Bissau no segundo trimestre do ano em curso com o objectivo de apreciar a situação económica e para realizar a quarta avaliação ao abrigo do ECF.

O ministro das Finanças, José Mário Vaz disse que esta apreciação favorável daquela instituição financeira mundial em relação ao país foi graças a implementação do programa de Ajustamento Estrutural recomendado pelo próprio FMI.

O Ministro das finanças afirmou que graças a referida política, conseguiu-se, em primeiro lugar, pagar salários aos funcionários com recursos internos e, no final de 2010, chegou-se ao ponto de conclusão que resultou no perdão da dívida externa do país no valor correspondente e cerca  2 mil milhões de  dólares.

 Mário Vaz anunciou que 2012 é um ano crucial para a Guiné-Bissau, pois, o país deve afirmar-se como um Estado, por isso, o crescimento da sua economia deve processar-se de forma sustentável.

“Pela primeira vez, vamos ter o salário mínimo na função pública em cerca de 30 mil francos CFA, e os ordenados nos valores entre trinta mil e 100.000fcfa, vão crescer em cinco por cento e 3 por cento para os que auferem para cima dos 100 mil francos cfa.”, disse José Mário Vaz.

O ministro disse ainda que o país se vê confrontado com desafios importantes para o presente ano, razão pela qual,, pela primeira vez,  vai ter um orçamento rectificativo.

“Uma parte dos recursos da UEMOA, da BOAD, BADEA, será canalizada para financiar projectos importantes, nomeadamente as obras de estradas que ligam Mansoa/Farim, Buba à terra do
falecido Presidente da República,
 Canchungo/Calequisse/Catchalam, Canchungo Caió”, anunciou José Mário Vaz.


Mário Vaz esclareceu ainda que o governo irá beneficiar de um financiamento do BOAD no montante de 10 biliões de francos CFA para produzir dois hectares de arroz, enquanto que a UEMOA irá financiar a produção de mil hectares do mesmo cereal.

SIMPÓSIO INTERNACIONAL EM MIMORIA DE MALAM BACAI SANHA



Continuar (Malam Bacai Sanhá) é o lema do simpósio internacional de Bissau, a realizar pelas universidades guineenses e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa INEP, no dia cinco de Maio, data natalícia do malogrado presidente Malam Bacai Sanhá.

O anúncio da realização do colóquio foi feito pelo presidente da comissão científica Carlos Vaz durante uma entrevista colectiva realizada na reitoria da universidade lusófona da Guiné.  A intenção é constituir um espaço de promoção de debate de ideias e pensamentos, inspirado nos discursos e acções do defunto presidente Malam Bacai Sanhá, cuja ambição era ver a paz, a estabilidade e o desenvolvimento transformados numa realidade, no seu tão amado país. Carlos Vaz referiu ainda que a comissão que preside pretende realizar o simpósio internacional de uma forma pedagógica e cientifica à luz do pensamento do malogrado presidente, analisar e debater a crise, abrindo novos horizontes e possibilidades, para que o país através de uma experiencia e ensinamentos muito positivos se reencontre.   “É desafio que pretende essencialmente mostrar que o padrão anterior de violência não serve. Que a paradigmática mudança tão almejada por todos implica mudança de comportamentos do cidadão na vida social, educacional e intelectual do país”, vincou.  O presidente da comissão científica do simpósio internacional de Bissau explicou que a iniciativa resulta da sua proposta, como docente, a qual depois de uma aturada reflexão a Universidade Lusófona da Guiné adoptou tendo subsequentemente convidado as demais universidades e o INEP para, de mãos dadas, realizarem o encontro denominado “Continuar Malam Bacai Sanhá”, sob a inspiração do seu pensamento e acções demonstrados durante os dois anos que esteve à frente dos destinos do Estado da Guiné-Bissau.  

Carlos Vaz recordou entretanto, que a universidade existe exactamente para gerar e produzir conhecimentos, estabelecer uma ponte saudável do saber entre as diversas instituições públicas e privadas, universidades congéneres e o Governo, para as sociedades, como uma riqueza de desenvolvimento. O responsável máximo do simpósio de Bissau, falou dos motivos de vária ordem porque a Guiné-Bissau vem sendo, há décadas, coroada com desaires e infortúnios, que alimentaram conflitos sociais, golpes de Estado e guerras, dividindo os guineenses, estabelecendo uma profunda crise política e militar no tecido nacional. Vaz enfatizou que o malogrado Bacai Sanhá, cujo propósito era combater essas crises, tudo fez para pacificar o país, lançando vibrantes apelos a todas as forças vivas para defenderem a paz, estabilidade e reconciliação, condição sine qua non para se atingir o almejado desenvolvimento.         

Segundo Carlos Vaz as universidades e o INEP querem com este simpósio continuar Malam Bacai Sanhá, enaltecer e honrar a sua personalidade enquanto político e intelectual, que deu tudo o que pode para consolidar a paz, estabilidade, reconciliar os guineenses, rumo ao desenvolvimento sustentado transformando a dura realidade da pobreza, da insegurança e do mal-estar social existente no país.