A missão do Fundo Monetário Internacional que andou
de visita ao país, de 18 ao 24 de Janeiro de ano corrente, considerou de
satisfatório o desempenho do Governo durante o exercício económico do ano
findo.
Em conferência de imprensa realizada conjuntamente com
o Ministro das Finanças Mário José Vaz, no qual se procedeu ao balanço da
estada da referida delegação, Paulo Drummond, chefe da comitiva da “Bretton
Woods” saudou o reiterado compromisso das autoridades guineenses para com o
programa económico ao abrigo do Instrumento de Crédito Ampliado (ECF).
“O desempenho económico foi satisfatório. Dados
preliminares até Dezembro do ano passado sugerem que o programa económico do
Governo segue boa via. As reformas económicas continuam a avançar nas áreas de
gestão das finanças públicas, da dívida e na administração fiscal”, elogiou o
chefe da missão o FMI.
Paulo Drummond disse esperar que a complexa unificação
do sistema de folha de remuneração do Governo seja ultrapassada nos próximos
meses, concluindo assim um longo processo de reforma que irá ajudar o país.
Em revelações à imprensa após um encontro com o
Primeiro-ministro, Drummond referiu que, este ano, e pela primeira vez na
historia da Guiné-Bissau, o Orçamento Geral do Estado vai ser financiado com
recursos internos.
Este funcionário sénior do FMI deixou a promessa de
que aquela instituição irá continuar a desempenhar seu papel de parceiro da
Guiné-Bissau, e lembrou que a implementação definitiva do programa ao abrigo do
instrumento ECF deverá aumentar a solidez das finanças pública, ajudará a
catalisar o indispensável apoio orçamental e deverá também abrir caminho ao
crescimento sustentável.
Garantiu que o FMI vai voltar à Bissau no segundo
trimestre do ano em curso com o objectivo de apreciar a situação económica e
para realizar a quarta avaliação ao abrigo do ECF.
O ministro das Finanças, José Mário Vaz disse que esta
apreciação favorável daquela instituição financeira mundial em relação ao país
foi graças a implementação do programa de Ajustamento Estrutural recomendado
pelo próprio FMI.
O Ministro das finanças afirmou que graças a referida
política, conseguiu-se, em primeiro lugar, pagar salários aos funcionários com
recursos internos e, no final de 2010, chegou-se ao ponto de conclusão que
resultou no perdão da dívida externa do país no valor correspondente e cerca
2 mil milhões de dólares.
Mário Vaz anunciou que 2012 é um ano crucial
para a Guiné-Bissau, pois, o país deve afirmar-se como um Estado, por isso, o
crescimento da sua economia deve processar-se de forma sustentável.
“Pela primeira vez, vamos ter o salário mínimo na
função pública em cerca de 30 mil francos CFA, e os ordenados nos valores entre
trinta mil e 100.000fcfa, vão crescer em cinco por cento e 3 por cento para os
que auferem para cima dos 100 mil francos cfa.”, disse José Mário Vaz.
O ministro disse ainda que o país se vê confrontado
com desafios importantes para o presente ano, razão pela qual,, pela primeira
vez, vai ter um orçamento rectificativo.
“Uma parte dos recursos da UEMOA, da BOAD, BADEA, será
canalizada para financiar projectos importantes, nomeadamente as obras de
estradas que ligam Mansoa/Farim, Buba à terra do
falecido Presidente da República,
Canchungo/Calequisse/Catchalam, Canchungo
Caió”, anunciou José Mário Vaz.
Mário Vaz esclareceu ainda que o governo irá
beneficiar de um financiamento do BOAD no montante de 10 biliões de francos CFA
para produzir dois hectares de arroz, enquanto que a UEMOA irá financiar a
produção de mil hectares do mesmo cereal.